Porque, apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado, Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho chorado demais, tenho sangrado pra cachorro
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro!
Clandestinos, criada e dirigida por João Falcão, surgiu primeiro como peça de teatro. Depois de anunciar os testes para participar da peça, João precisou entrevistar 400 pessoas - que, ao final de tudo, se transformaram em 14. Esses artistas não emprestam apenas seu talento neste trabalho. Suas histórias se misturam à ficção criada, seus sotaques se preservam (alô Chandelly e Adelaide!) e seus nomes verdadeiros são passados para seus personagens. É exatamente isso que é recriado na série: em sete episódios, acompanhamos os testes para a peça, os bastidores de criação da peça de Fábio e o desenvolvimento das histórias dos personagens que lutam diariamente pelos seus objetivos.
Se tem uma coisa pela qual eu sou apaixonada em Clandestinos é o texto. João tem uma forma muito característica de estruturar os diálogos. Cada frase flui e se encaixa, chegando até a parecer poesia. Um fato engraçado sobre esses tais diálogos tão bem estruturados e característicos do João é que, numa noite de terça-feira, estava eu assistindo a estreia de outra série quando encasquetei que ela era de João. Já estava vesga de sono porque acordava cedo para ir à faculdade pela manhã, mas esperei pela abertura para tirar a dúvida - e lá estava, com letras garrafais: "série de João Falcão". Sim, foi por sentir uma ~vibe~ meio João Falcão nas falas do personagem de Eduardo Moscovis que eu descobri que Louco por Elas era criação dele.
Cada personagem de Clandestinos é apaixonante e inspirador, e esse é mais um ponto positivo. A narração de suas histórias navegam pelo drama e pela comédia. Tudo na medida certa pra emocionar, fazer rir e refletir nos momentos necessários. Ao término de cada episódio, você vai desejar ser corajoso, forte e determinado como cada um desses moços e moças para viver seus próprios sonhos.
O que eu aprendi com Clandestinos?
- Enxergar além dos estereótipos. Discute-se, por exemplo, o motivo pelo qual negros só interpretarem traficantes ou jogadores de futebol, gordinhas só interpretarem amigas da personagem principal e nordestinos chegarem à novelas pra interpretar empregadas, motoristas. Já passou da hora de acabar com esses rótulos.
- Sempre que revejo um episódio que seja, relembro o quão importante é lutar até transformar sonhos em realidade. O quão importante é correr atrás daquilo que te arrepia, te fortalece, preenche e faz sentir vivo. Caiu? Levanta e tenta de novo, de novo e de novo.
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