19.8.15

Cair e levantar

Por um instante, ela reapareceu. Triste e encolhida. Aproveitou que era dia de chuva e choveu junto, só pra ver se aquela dorzinha se esvaía.
Por um descuido, ela ressurgiu. Era um medo absurdo, pernas dispostas a correr pelo mundo e uma vontade doida de sumir maior que tudo.
Por um momento, ela diminuiu. A velha cadeira ficou grande demais e suas certezas foram embora, levando a paz que a menina tinha de sobra.
Se ela me ouvisse, eu a acalmaria. Se adiantasse, eu aconselharia. Faria brigadeiro de panela para tirar o gosto amargo de sua boca, ainda repleta de palavras não ditas.
Respira, menina. Lava esse rosto e começa de novo. Nós bem sabemos que você é dura na queda, e que por trás dessa moldura de menina, há uma mulher forte observando tudo pela janela. Permita-se ser a pessoa que você deseja ser de verdade e cresça com vontade. Se precisar, aquele brigadeiro de panela está aqui, a te esperar.

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