27.11.15

Dica de série: Red Band Society

Primeiramente, devo dizer que me apego a personagens das minhas séries favoritas como se eles fossem pessoas da família. Torço, choro e fico feliz com cada acontecimento, além de me perder lindamente no universo deles como se não houvesse amanhã. É, sou dessas. No entanto, isso não acontecia há alguns meses. Além da correria do cotidiano me deixar com pouco tempo disponível pra séries, não conseguia me apegar às histórias que comecei a acompanhar. Assistia um ou dois episódios e fim, partia pra outra como uma nômade-série-maníaca-que-não-fazia-a-menor-ideia-de-onde-estava-indo. Até conhecer Red Band Society. 



Red Band Society é uma série que mescla drama e comédia ao contar a história de seis adolescentes que moram em um hospital. Leo teve câncer, teve uma perna amputada e está em tratamento com quimioterapia. Emma sofre de anorexia. Kara precisa de um transplante de coração pra ontem. Jordi, que descobriu ter câncer e foi sozinho ao hospital para se submeter ao tratamento. Dash sofre de fibrose cística. Charlie, o mais novo entre eles, sofreu um acidente de carro e está em coma desde então.
A cada episódio, descobrimos um pouco sobre a personalidade de cada um, como eles lidam com suas doenças, como eles se relacionam com o mundo. 
Os personagens são bem construídos e, o melhor de tudo, humanos. Cada um tem seu momento de sentir medo, de se manter forte e corajoso, de se sentir confuso e perdido. Cada personagem tem seu momento de fazer besteira tirar aquele velho e torto estereótipo de que doentes são coitadinhos e santos que não cometem erros. Eles são humanos. Adolescentes. Como manter tudo isso em uma estrada linear e sem reviravoltas?
Há ainda, claro, o núcleo adulto, composta pela Enfermeira Jackson (personagem maravilhosa interpretada pela mais-maravilhosa-ainda Octavia Spencer), o Dr. McAndrew, e os enfermeiros Brittany e Kenji.
Recheada de referências literárias, do mundo pop e com uma trilha sonora incrível ("Every teardrop is a waterfall", do Coldplay, toca no episódio piloto e chega a arrepiar!), Red Band Society reafirma o poder da amizade e a importância de se fazer presente na vida daqueles que ama nas horas difíceis, não importa o que aconteça. Em treze episódios, Red Band Society emociona. Faz rir, chorar e refletir. Infelizmente e para meu total desespero, a série é curtinha, mas vale muito a pena. Sem dúvidas, virou uma das minhas favoritas. <3


16.11.15

A voz da flor

O espaço vazio, o medo ecoou.
"Cadê tua coragem?". 
A vontade do outro dia se esvai e
A porta da saída já fechou.

O temor acha passagem no fim do dia.
Aparece sorrateiro,
Basta a cabeça repousar no travesseiro. 
"Cadê tua coragem?".

Deveres, obrigações, compromissos e
"Cadê tua coragem?".
A garganta atou um nó e alguém deveria notar ou desatar.
Olhares omissos.

Basta disso!

Me aceitei como sou. 
Eu-flor.
Agora? 
Seja o que for.
Aqui sempre esteve minha coragem.

11.11.15

Grata

Agora me vejo grata por todo caminho torto que trilhei sem imaginar o que me esperava. Me vejo grata por cada passo errado e cada tropeço dado. De repente, me pego agradecendo por cada burrada que já cometi nessa vida, cada sim que deveria ter sido não, cada choro que me levou ao chão. 
Como quem nem acreditasse nessa possibilidade, me encontro agradecida por cada momento cinza, por cada música de fossa ouvida só pra intensificar a dor sentida. Me encontro grata por cada erro, por toda inquietação que se instalou e que parecia que não me deixaria mais encontrar sossego.
Sou grata, menino, por cada pedra, cada topada, cada falha nessa doida escalada. É por causa delas que eu estou aqui, é por causa delas que hoje sou assim. É por causa das decepções, das tristezas e das expectativas nunca atingidas que pude crescer o que cresci. É por causa de tudo isso que as lágrimas se rarearam, que a coragem se multiplicou e a calmaria se instalou, me permitindo, finalmente, enxergar nos teus olhos um pouquinho de amor.