30.4.15

Ô, menina!

Menina, eu estou falando com você. Levanta aí, abre a janela e vê como o céu está lindo e o mundo está te chamando para viver. Há tanta beleza te esperando fora da janela, é legal admirar e lindo mesmo é viver fora dela. Quer ir na padaria de pijama ou somente sentar na calçada? Ô, menina, estou te esperando. Esquece um pouquinho os motivos que fazem você preferir seu quarto, varre para fora as tristezas que estão escondidas embaixo do tapete da sala e deixa a felicidade entrar dessa vez.
 Deixa para lá as pessoas que insistem em te fazer de "potinho de depósito de expectativa", só saiba que você é igual a elas, todos nós nascemos nus, não é verdade? Todos nós erramos, não é verdade? Não sinta muito porque o que você realmente só pode oferecer a elas é o que você realmente é. 

Agora vai lá, levanta, sacode o drama da barra da saia e vai ser feliz.

[Playlist] Aquela pra começar o dia bem

Se tem uma coisa que tem o poder de transformar o meu humor facilmente, essa coisa é a música. Mesmo às seis da manhã, quando eu pego o ônibus lotado, coloco meus fones e aperto o play pra desligar os botões da rotina, do cansaço e da impaciência. Chega a ser engraçado como o calor e o desconforto são minimizados para que os nossos olhos prestem mais atenção nas cores que vemos pela janela e que, combinados com um verso ou outro de uma música especial, fazem a gente se sentir num clipe musical (quem nunca?).
A playlist de hoje chega cedinho pra que vocês também transformem o humor pra melhor e que o dia seja ótimo, em um clima bem leve e tranquilo! Espero que funcione com você do mesmo jeito que funciona comigo! ;)

29.4.15

Mais um dia

Chega o fim de mais um dia e ela suspira, pensativa. Perdeu as contas de quanto tempo se passou. Quantas outras cenas já se passaram, também não faz ideia. Apenas vive seus dias e observa o calendário, rezando para que um punhado de sentimentos confusos passem e digam adeus. A mesa de trabalho lotada de projetos a serem desenvolvidos é reflexo do tempo que ela gasta lutando para não deixar sua mente pensar em assuntos proibidos, mas a danada pensa. Pensa e faz como criança levada, que se atreve a fazer tudo aquilo que não é permitido.
No fim das contas, lá está ela, de pé, segurando uma vassoura para limpar o espaço e sumir com os cacos espalhados graças às artes de suas memórias. Confessa até que, se fosse possível, varreria sensações, imagens, sons e diálogos armazenados só para se ver livre do passado. Como seria fácil se esse tipo de limpeza se assemelhasse a de um quarto inabitado.
Pena mais um dia se passar e pouco mudar... Mas a esperança não é perdida de vista. Ela permanece firme na ideia de que qualquer dia desses, tudo isso ainda vai virar pó. Um dia ela põe um sorriso na cara, vira a esquina e, numa tacada de sorte, acaba virando a página. Só vai com calma e toma cuidado a cada passo, porque ela sabe que virar outra pessoa não faz parte do combinado.

28.4.15

[Dica de Música] Lady Antebellum

Vai ter banda internacional no aqui no CdS, sim. Deixei os lindos da banda Lady Antebellum para encerrar o quadro Dica de Música do BEDA.



Ah, Lady Antebellum (insira alguns suspiros aqui). Quase certeza que você já ouviu uma música deles por aí, veja se não reconhece o refrão de 'Need You Now': "It's a quarter after one/I'm all alone and I need you now/Said I wouldn't call/but I lost all control and I need you now/And I don't know how I can do without/I just need you now", para clarear ainda mais a memória escuta aí. 




Ouvia 'Need You Now' na novela e achava bem legal, até meu melhor amigo me apresentar outras músicas deles e eu me ver totalmente apaixonada pela banda. Achei até uma música na época que descrevia minha vida amorosa (risos), hoje em dia minha paixãozinha em forma de música deles é 'Compass', que o clipe com certeza colaborou para que eu me apaixonasse por ela.
Eu que não sou chegada a country me vi encantada por LA, que inclusive já levou o prêmio de Melhor Performance Country por Dupla ou Grupo com Vocais na 51º edição do Grammy. 



Tenho que confessar que acompanhei pouco os dois últimos álbuns lançados, mas tenho um carinho muito grande por muitas canções dos outros discos, inclusive aquela que descrevia minha vida amorosa e uma que praticamente me fez enxergar luz em meio a tanta escuridão. Dá uma conferida aí no Top 5 das minhas favoritas:

1. Just a Kiss 



2. When You Got a Good Thing


3. Wanted You More


4. One Day You Will


5. If I Knew Then



Quer conhecer mais sobre Lady Antebellum? Site Oficial | Página Oficial no Facebook 

27.4.15

[Dica de livro] Fora de mim, de Martha Medeiros

Respire fundo e pense naquele término complicado pelo qual você passou. Aquele doído e difícil que se assemelhava a um luto causado pela morte de algum ente querido. Calma, não se atreva a voltar pra fossa. Essa pequena retrospectiva foi apenas pra você sentir o clima da obra de Martha.
Fora de mim é o relato de uma mulher que desabafa seus sentimentos logo após um rompimento tão complicado que chega a ser comparado a um acidente de avião. A dor, a agonia e o vazio da personagem é sentido através de casa parágrafo escrito. Aliás, um pequeno detalhe que eu adoro nos primeiros capítulos é a confusa pontuação utilizada por Martha. Os parágrafos se apresentam quase como um bloco único e concreto. Pontos finais, reticências e pontos de exclamação são massivamente substituídos por vírgulas, o que pode ser perturbador para os que respeitam as regras de pontuação se não fosse um motivo: esse é um dos fatores que nos permite sentir a confusão e a dor sentida pela personagem. A confusão que ela transmite é essencialmente humana. Seus questionamentos vão desde o clássico "eu não sou boa o bastante" até o "nunca vou me recuperar", coisa que ela, obviamente, percebe que não passava de uma ótica destorcida devido a um estado de luto.
Com o passar do tempo, a personagem começa a se reerguer, relembrar os acontecimentos e algo engraçado acontece. Antes, impactada com o rompimento brusco, ela recordava apenas as partes boas do relacionamento - e como ela era uma idiota incompetente por ter deixado o amor de sua vida ir embora daquele jeito. No entanto, aos poucos ela relata situações de deixar qualquer um aflito, como crises de ciúme absurdas, que ela justificava para si mesma como "amor demais". Ela começa a perceber que o relacionamento já dava sinais de que não duraria por muito tempo (e, talvez, teria sido até melhor se tivesse acabado antes pra arrancar o bandaid de uma vez - minha opinião). 

"Fugi de você, naquela época em que ainda éramos um casal, porque percebi que nossos beijos haviam virado respiração boca-a-boca, uma tentativa de sobrevivência quando já era tarde demais".
(Fora de mim, página 122)

O livro é sentimental? Sim. É meloso-enjoativo-meu-Deus-tira-isso-de-perto-de-mim-antes-que-eu-me-torne-diabética? De forma alguma. Martha Medeiros é expert em escrever obras que conseguem refletir o íntimo do ser humano sem soar como a rainha do drama. Recomendo todos os seus livros de ficção, suas crônicas e poesias. Na maior parte do tempo, desejo secretamente ser como ela quando crescer, mas isso vocês guardem segredo, por favor. ;)



26.4.15

Vamos conversar sobre... Relacionamentos e Expectativas



Era um desses dias comuns até demais quando eu estava passeando pelo feed de notícias do Facebook até me deparar com esta frase:

"A mulher certa muda o homem errado".

Estava lá, imponente como uma dessas frases filosóficas que mudam a vida de qualquer ser humano. Eu li, fiz careta, ignorei, voltei pra ter certeza de que não tinha lido nada errado e fiz careta outra vez. Há chances que eu tenha torcido o nariz também, mas nem lembro direito.
Vamos imaginar o seguinte cenário: você conhece uma pessoa e se interessa por ela. Ela também se interessa por você, viva! Decidem começar um relacionamento porque vocês são lindos e jovens, não existem motivos para adiar a felicidade, certo? Certo. 
Sua vida se transforma em um filme de comédia romântica e todo mundo diz que ela te completa e vice-versa, que nem feijão com arroz. Nada poderia ser mais perfeito. Você nem cogita mudar um fio de cabelo sequer dessa pessoa, mas... Bem, a vida seria mais fácil se seu namorado cortasse relações com aquela amiguinha pra sempre. Se sua namorada nunca mais usasse aquela vestido que atrai olhares por onde passa, poderia passear com ela sem preocupações. Se seu namorado resolvesse cancelar definitivamente o futebol de domingo, você seria uma pessoa realizada (São exemplos bem genéricos, mas é só pra dar uma ideia mesmo). 
Peço desculpas por ser a pessoa que vai te falar isso, mas é muito provável que seu namorado ou namorada já tinha essa característica que não te agrada muito. E você aceitou assim mesmo, com defeitos e qualidades - o pacote completo. Querer mudanças a essa altura do campeonato desperta frustração para ambos os lados: você começa a não estar mais tão satisfeita com o relacionamento e ele/ela se pergunta se existe mesmo algo errado em si mesmo. Frustração - ô danada pra dar dor de cabeça!
Ninguém tem direito de exigir mudanças do outro. A vida é do outro, a mente é do outro, os sentimentos são do outro. O desejo de mudança tem que partir dele/dela, não da sua implicância vontade.
O segundo ponto que eu quero contestar (sim, eu sou chata mesmo) são os usos de "certo" e "errado" lá no meio da frase. Então quer dizer que tenho que ser A mulher certa para que, no momento em que encontre um cara errado, eu o mude? Calma aí. Como A mulher certa tem que ser? Não que faça alguma diferença, já que eu não sou essa mulher. Você (ou a sua namorada/amiga/qualquer-modelo-feminino-que-você-esteja-imaginando-nesse-momento) também não é. Essa mania chata de ser certo ou perfeito dá tédio, irrita e cria uma coisa muito problemática chamada EXPECTATIVA. E vocês já conhecem a regra geral da expectativa, né?

                                     

Lide com o fato de que as pessoas têm o direito de não ser como você deseja ou espera - inclusive aquela por quem você se apaixonou perdida e ridiculamente. Lide com o fato de que ela não precisa mudar para satisfazer as vontades dos outros (a menos que queira mudar, por conta própria. Aí já são outros 500). 
Entenda que você não precisa seguir os passos do que julgam certo. A sociedade é louca e nunca sabe o que quer realmente. Acabe com a expectativa de ser o que não é e seja você. A vida já é confusa por natureza, se agarre ao que simplifica e vá ser feliz.

25.4.15

[Dica de Série] American Horror Story

Hoje o assunto é série de terror, sim. American Horror Story é produzida por Ryan Murphy e Brad Falchuk, começou a ser transmitida desde 2011 e até hoje foram lançadas 4 temporadas. Um dos pontos positivos de AHS é que as temporadas possuem histórias independentes, assim se você se interessar por apenas uma temporada não precisa assistir todas as outras, já que cada temporada possui seu próprio começo, meio e fim.



Murder House é a primeira temporada e apesar de possuir alguns flashbacks, se passa nos dias atuais, e conta a história de uma família atordoada e que acabou de mudar-se para uma casa nova, confere aí a sinopse oficial: “Os Harmons estão enfrentando muitos conflitos em sua nova casa; O principal decorrente do adultério de Ben Harmon e das consequências posteriores com sua esposa Vivien e sua filha Violet. Outros conflitos incluem o comportamento intrusivo dos vizinhos Constance e Adelaide, bem como intrusões de um dos pacientes do Dr. Harmon, Tate. Uma parada de visitantes misteriosos para seu lar assombrado, incluindo a cicatriz Larry Harvey faz o primeiro ano dos Harmons em Los Angeles ser muito perigoso. A casa parece ter uma história viva, que vai desde assassinatos brutais à manifestações demoníacas, e parece ter vontade própria.” (Fonte: AHS Brasil). Meus episódios favoritos dessa temporada são os do Halloween, sem dúvida.


A segunda temporada e minha favorita é Asylum, se passa no ano de 1964 e também nos dias atuais, sinopse oficial: “Em um hospital psiquiátrico em New England, presidido pelos ministros da fé e da ciência, os inocentes e os loucos correm dos maiores perigos e de seu próprio passado. Marcado por explorações das ruínas nos dias modernos, um mistério mais obscuro está à espreita para as vítimas.(Fonte: AHS Brasil). Essa é minha favorita por muitos motivos dentre eles Lana (Banana) <3 e The Name Game, juro se eu contar minhas outras partes favoritas vai rolar spoiler, então melhor não hahaha. 



A terceira temporada que aborda o mundo da bruxaria e das praticantes de voodu é Coven, é ambientada nos dias atuais e também possui alguns flashbacks importantes para  desenrolar da história, dá uma olhada aí na sinopse oficial: “American Horror Story: Coven conta a secreta história de bruxas e bruxaria na América. Mais de 300 anos se passaram desde os tempos turbulentos dos julgamentos das bruxas de Salem e aquelas que conseguiram escapar agora estão enfrentando a extinção. Têm sido feitos misteriosos ataques contra a sua espécie e as garotas estão sendo enviadas para uma escola especial em New Orleans para aprenderem a se proteger. No meio desse tumulto, está a recém-chegada, Zoe (Taissa Farmiga), que guarda um terrível segredo de si mesma. Alarmada com o recente ataque, Fiona (Jessica Lange) a muito ausente Suprema, volta para a cidade determinada em proteger O Coven, sem se preocupar em dizimar qualquer um que fica em seu caminho.“ (Fonte AHS Brasil) e uma coisa que chama atenção nessa temporada é o fato de trazer duas personagens que realmente fizeram parte da história de Nova Orleans na época da escravidão que são  Madame Delphine LaLaurie e Marie Leveau que em AHS alimentam um ódio reciproco.


A última temporada lançada é Freak Show“American Horror Story: Freak Show começa seu conto na sonolenta e tranquila aldeia de Jupiter, na Flórida. O ano é 1952. Uma trupe de curiosidades acaba de chegar à cidade, coincidindo com o estranho aparecimento de uma entidade maligna que selvaticamente ameaça a vida dos freaks e dos habitantes da cidade. Esta é a história dos artistas em sua jornada desesperada pela sobrevivência em meio ao mundo agonizante da experiência carnavalesca Americana.” (Fonte: AHS Brasil). O tal show é comandado por Elsa Mars e dentre todos os freaks que apresentam-se a minha favorita é Ma Petite interpretada por Jyoti Amge, que é a mulher mais baixa do mundo viva. 

Elsa e Ma Petite


















Uma das coisas que todas as temporadas tem em comum é a atuação fantástica de Jessica Lange, cada personagem mais surpreendente que o outro, mas infelizmente sua última atuação foi em Freak Show. Outras coisas que merecem destaque é a trilha sonora e as aberturas, eu tenho que confessar que rola um medinho, mas elas são muito boas e eu não consigo pular. (Aí embaixo as aberturas de Asylum e de Coven)



Enfim, AHS é muito muito massa, consegue nos inserir e prender em toda nova história apresentada a cada temporada. A próxima temporada já tem tema e alguns nomes confirmados, vamos aguardar para ver o que Ryan está aprontando dessa vez. Assista AHS você também, no Brasil ela é transmitida pela Fox Brasil, FX, Netflix e pela Rede Bandeirantes. Saibam que eu morro de medo de filme de terror, então medo não é desculpa para não assistir, alguns pesadelos depois? Talvez haha. 

24.4.15

[Dica de Música] Rapha Moraes

Conheci Rapha por indicação de uma amiga que já chegou comunicando que iria acontecer um show dele em Recife. Pois bem, depois de ouvir a primeira música no seu canal do Youtube (A Viagem) me encantei e fui ouvir todas as outras, o encanto só aumentou e decidi que iria ao show. Depois saí espalhando La Buena Onda para meus amigos íntimos e até hoje pego Paola cantarolando algumas músicas dele. Lá no dia do show foi meio tenso no começo, porque simplesmente não consegui chegar a tempo de comprar os ingressos, mas por insistência de uma moça que estava comigo conseguimos entrar, só pra constar que a insistência dela foi esmurrar a porta (kkkkkkkk). Eu já estava morta de vergonha do lado de fora, fiquei mais ainda quando conseguimos entrar, desde o o momento em que entramos ele foi totalmente atencioso e até pediu para escolhermos uma música para ele tocar. O pouco do show que eu consegui assistir foi lindo e depois ele respondeu algumas perguntas do pessoal que estava na platéia e foi bem massa. Eu tenho que confessar que tava bem mal antes do show, todo o carisma que o Rapha transmitia e a energia nas músicas me deixou com o humor restaurado e meu coração deu um sorriso enorme.



Rapha Moraes anunciou  mês passado que está em pré-produção do seu segundo disco, o primeiro "La Buena Onda" está disponível integralmente no Youtube e Palco MP3, e esse mesmo disco está na lista de indicados para o Prêmio de Música Brasileira. 



Finalizando o post com o depoimento de Bruna, a tal amiga que me indicou as músicas do Rapha: "Eu conheci o trabalho de Rapha através do post que Fernando Anitelli compartilhou, e foi assim que eu me apaixonei pela música "Você e Eu", depois com o tempo eu fui conhecendo as outras músicas de Rapha.
No dia 26 de julho de 2014, foi o dia que Rapha fez o primeiro show em Recife e foi muito especial pra mim, porque até então eu nunca tinha conhecido um cantor(a) que eu gostasse, e pra mim os cantores eram como ETs que desciam da nave espacial, faziam o show e iam embora. Pela primeira vez eu ia ter a oportunidade de conhece-lo, ele foi muito legal, atencioso e paciente comigo.
Depois do show eu senti a necessidade de fazer uma página no Facebook pra ele e chamei algumas meninas para fazer comigo.
Eu amo as músicas dele porque elas tocam minha alma, traduzem um sentimento, todas as músicas tem ritmos diferentes e as letras são lindas, acho que toda pessoa deveria ter a oportunidade de conhecer o trabalho de Rapha. Espero que ele não demore para voltar pra Recife.".


Quer conhecer mais sobre o trabalho do Rapha? Página Oficial | Rapha Moraes Recife | Canal no Youtube

22.4.15

Querida eu mesma

Querida Paola de 2005, como vai você?

Se me lembro bem, a essa hora você está se empanturrando de bolo com sua família e suas amigas depois de um dia inteiro de karaokê, Internet e The Sims no computador. Posso começar com os conselhos a partir de agora? Aproveite esses momentos em que você pode reunir as pessoas que você ama com facilidade. O futuro é cheio de agendas lotadas de compromissos inadiáveis, então encontrar uma data em que todos podem se encontrar te dá uma sensação semelhante a acertar os seis números da loteria.
Aos treze anos, existe aquela mania de achar que se sabe de tudo e de ser dona de uma verdade incontestável. Vai com calma. Garanto que a vida fica menos complicada quando mantemos a cabeça aberta para entender o ponto de vista do outro e os ouvidos sempre dispostos a ouvir.
Daqui a mais ou menos três anos, muita coisa vai mudar na sua vida. Eu poderia até te aconselhar a fugir dessa situação enquanto pode, mas prefiro te incentivar a se manter forte. Já adianto que não vai ser fácil, mas você vai crescer de tal maneira que nem ao menos vai saber como explicar. Um caderno e um lápis vão adorar te fazer companhia. Junte-se a eles, por favor. Escrever te faz muito bem, é só você deixar.
Eu poderia te pedir encarecidamente que você não usasse aqueles óculos de Harry Potter na noite da sua formatura, mas prefiro aproveitar a oportunidade pra te dizer que não leve as coisas tão a sério. Ria de si mesma, cante e dance quando sentir vontade. Aproveite as delícias e os percalços de ser adolescente. Seja feliz. Não posso te contar o que está acontecendo aqui em 2015, mas asseguro a você que nós somos bem felizes.

Cuide-se, menina.
Ah, e feliz aniversário!

Beijo,

Paola de 2015.


21.4.15

SURPRESAAA

Sim, somos irmãs. Aprendemos a nos escutar, aprendemos a compartilhar nossos mundinhos e aprendemos que podemos contar uma com a outra. Tem desentendimento, tem desabafo, tem piada besta, tem riso e tem conversa com o olhar também. 


Conseguimos encontrar um ponto em comum em meio a tanta loucura, vários pontos na verdade. Ser filha única é muito chato, ainda bem que nos adotamos.
Oh, menina, deixe as preocupações de lado que amanhã o dia é seu e tem um ano novo inteirinho te esperando. Só hoje, guarda as chateações no bolso e deixa o sorriso engrandecer. Teu sorriso é lindo. Podem dizer o que quiserem e você pode ver diferente no espelho, mas você é linda. Acredite nos seus sonhos e acredite em você. 

Nós sempre temos um amigo que sentimos falta e por muito tempo ela foi esse meu tal amigo que fazia falta. Olhe a sua volta, sente falta de algum amigo? Vai lá e fala a ele a falta que ele faz.

Enfim, não tem distância mais e nem tempo que nos afaste de novo (assim espero).  Ela é Giovana e é a irmã mais velha que eu escolhi e eu tenho o maior orgulho dela.

Celinando e Paolando com vigor aí embaixo. 



Amanhã é hora de apagar a velinha e cantar aquela musiquinha, espero que essa pequena surpresa te faça sorrir, porque essa é sempre minha recompensa em te ver bem.


20.4.15

[Dica de livro] Confissões de Adolescente, de Maria Mariana

Adolescência é uma fase complicada, é o que dizem por aí. Ninguém consegue acalmar os tais hormônios desenfreados, as vontades incontroláveis nem as verdades irredutíveis. A grande maioria dos filmes que retrata essa idade mente, exagera e passa longe de passar alguma realidade nas telas, quando enfim chega Maria Mariana, aos 18 anos, com Confissões de Adolescente - diário que virou peça de teatro, foi transformado em série de TV, chegou às telas do cinema e, claro, pode se fazer presente na estante de qualquer um.
Meu primeiro contato foi com a série, quando a mesma era transmitida pela TV Cultura há uns anos (uns bons anos que eu não me arrisco a contar), mas só dei a atenção merecida lá pelos meus 19 anos. A turbulência já não era a mesma, mas a identificação acontecia do mesmo jeito pelo simples fato de poder relembrar coisas que também aconteceram comigo. 
Depois da série, iniciei uma saga para ler o livro - que consiste em, basicamente, páginas dos diários de Maria Mariana e de outras adolescentes, contando experiências marcantes e confidenciando seus pensamentos da época. O problema era que eu não encontrava o tal em nenhuma livraria, biblioteca ou site de vendas com preços amigáveis. Até que, um belo dia, encontrei uma edição velhinha à venda num sebo de Recife por quatro reais. Gente, QUATRO REAIS. Foi felicidade demais para uma pessoa só.


Juro que tentei lê-lo devagar e aproveitar o amarelado lindo das páginas, mas não consegui. Fui levada pelo ritmo intenso do livro e, quando percebi, estava virando a última página de um diário verdadeiro, sem receios e com coragem mais do que suficiente para mostrar o próprio universo - mesmo que este não seja do jeito que as pessoas de fora o enxerguem. Ao meu ver, Mari foi corajosa em expor suas páginas para quem quisesse, principalmente se você levar em conta que o livro foi publicado no início dos anos 90. 
Particularmente, não me identifico com a maneira que a adolescente (ou as adolescentes) tratam seus pais. Que me chamem de careta, mas acho uns trechos recheados de desrespeito... Mas enfim. Se me proponho a ler, é porque desejo conhecer o universo do outro, e do que me adianta ler para encontrar um universo igual ao meu? Me resta concordar, discordar, refletir sobre a postura do outro de modo que eu cresça de alguma maneira. Em contrapartida, o livro traz textos engraçados e leves que podem te fazer se identificar e até sentir um pouquinho de saudade dos tempos em que se ingeria drama no café da manhã, no almoço e no jantar.

A nova edição do livro, que pipocou nas livrarias graças ao filme lançado no mesmo ano, traz um aspecto bem parecido com um diário. Letras cursivas e desenhos que parecem ter sido rabiscados em um caderno aparecem em uma página ou outra, causando mais identificação com o leitor. A melhor parte dela, pra mim, é "O que vem depois", conselhos escritos pela Mari aos 36 anos para a Mari adolescente. Mais uma vez, fica a sensação de que a gente precisa ter calma. Rir mais, cantar mais, aproveitar mais o sol lindo que faz lá fora. A vida é bonita demais em seus pequenos detalhes pra tanta reclamação, tanta reunião chata e tanta buzina insistente.
Para quem não leu o livro, leia. Para quem não gosta de ler, assista a série. Ou o filme. Ou os dois. Pra quem não se identificou, diz que é drama desnecessário demais e que não passou por nada disso, senta, respira fundo e aceita o desafio assim mesmo. Conheça um universo diferente do seu, garanto que você vai, pelo menos, dar umas boas risadas.

Trechos Favoritos:


"O tempo somente passa pra quem olha de fora. E crianças somos todos, diante do mistério da vida".

"Eu não posso continuar assim, gente! Sabe aquela mania que eu tenho de escrever... assim, o nome dos caras que eu gosto na parede. Outro dia mamãe disse que quando se mudar vai ter que pintar o apartamento todo. Eu não posso mais continuar assim, tô com treze anos na cara, quando fizer dezoito não vai ter mais lugar na parede".

"Eu estava de noite em casa. Aquelas noites em que se quer comer o mundo mas não se tem boca pra tudo isso, então se fica em casa na cama, com indigestão".

19.4.15

[Dica de série] Clandestinos

Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque, apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado, Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho chorado demais, tenho sangrado pra cachorro
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro!



Foi no ano de 2010 que, passeando meio sem rumo pelos canais de TV, vi um comercial de uma série que estava prestes a estrear e senti que tinha algo de especial ali. A gente sempre tem essas coisas meio esquisitas, né? Não sabia o que me encantava ali, só sabia que precisava acompanhar a história sobre esses moços e moças esse sonho nessa cidade esse sonho de ser artista (palavras do próprio Fábio, um dos personagens). 
Clandestinos, criada e dirigida por João Falcão, surgiu primeiro como peça de teatro. Depois de anunciar os testes para participar da peça, João precisou entrevistar 400 pessoas - que, ao final de tudo, se transformaram em 14. Esses artistas não emprestam apenas seu talento neste trabalho. Suas histórias se misturam à ficção criada, seus sotaques se preservam (alô Chandelly e Adelaide!) e seus nomes verdadeiros são passados para seus personagens. É exatamente isso que é recriado na série: em sete episódios, acompanhamos os testes para a peça, os bastidores de criação da peça de Fábio e o desenvolvimento das histórias dos personagens que lutam diariamente pelos seus objetivos.
Se tem uma coisa pela qual eu sou apaixonada em Clandestinos é o texto. João tem uma forma muito característica de estruturar os diálogos. Cada frase flui e se encaixa, chegando até a parecer poesia. Um fato engraçado sobre esses tais diálogos tão bem estruturados e característicos do João é que, numa noite de terça-feira, estava eu assistindo a estreia de outra série quando encasquetei que ela era de João. Já estava vesga de sono porque acordava cedo para ir à faculdade pela manhã, mas esperei pela abertura para tirar a dúvida - e lá estava, com letras garrafais: "série de João Falcão". Sim, foi por sentir uma ~vibe~ meio João Falcão nas falas do personagem de Eduardo Moscovis que eu descobri que Louco por Elas era criação dele.
Cada personagem de Clandestinos é apaixonante e inspirador, e esse é mais um ponto positivo. A narração de suas histórias navegam pelo drama e pela comédia. Tudo na medida certa pra emocionar, fazer rir e refletir nos momentos necessários. Ao término de cada episódio, você vai desejar ser corajoso, forte e determinado como cada um desses moços e moças para viver seus próprios sonhos.



O que eu aprendi com Clandestinos?

- Enxergar além dos estereótipos. Discute-se, por exemplo, o motivo pelo qual negros só interpretarem traficantes ou jogadores de futebol, gordinhas só interpretarem amigas da personagem principal e nordestinos chegarem à novelas pra interpretar empregadas, motoristas. Já passou da hora de acabar com esses rótulos.
- Sempre que revejo um episódio que seja, relembro o quão importante é lutar até transformar sonhos em realidade. O quão importante é correr atrás daquilo que te arrepia, te fortalece, preenche e faz sentir vivo. Caiu? Levanta e tenta de novo, de novo e de novo. 

18.4.15

Vamos conversar sobre... Filmes

Aqui no CdS já falamos de séries, músicas e livros, que tal hoje falarmos de filmes? Eu escolhi 8 filmes que eu gosto e vou falar um pouco sobre eles, lembrando que como eu não consigo escolher minhas coisas favoritas com facilidade, a lista não está por ordem de preferência. Vamos lá?




1. Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014)

Filme muito, mas muito amorzinho. Só tenho a dizer que é totalmente apaixonante, o filme conta a história de Leo, Giovanna e Gabriel naquela fase de descobertas da adolescência desde o primeiro beijo ao primeiro amor, o mesmo tema também é abordado no curta "Eu Não Quero Voltar Sozinho" que é do ano de 2010, ambos dirigidos por Daniel Ribeiro. Que tal agora conferir o trailer do filme ou assistir o curta?



2. A Mentira (2010)

A Mentira é um daqueles filmes que você vê uma vez e sempre que possível quer ver novamente. Emma Stone interpreta Olive que após inventar uma mentira para sua melhor amiga, torna-se protagonista de boatos e ganha o papel de vadia da escola, ela só não imaginava onde essa fama iria lhe levar.


3. O Caçador de Pipa (2007)

Sempre quando termino de assistir esse filme estou me afogando nas lágrimas. Exageros a parte, eu chorei lendo o livro e posso ver o filme 1818738726 de vezes que chorarei todas. "Kabul. Amir (Zekeria Ebrahimi) e Hassan (Ahmad Khan Mahmidzada) são dois amigos, que se divertem em um torneio de pipas. Após a vitória neste dia um ato de traição de um menino marcará para sempre a vida de ambos. Amir passa a viver nos Estados Unidos, retornando ao Afeganistão apenas após 20 anos. É quando ele enfrenta a mão de ferro do governo talibã para tentar consertar o ocorrido em seu passado." (Fonte: AdoroCinema)


4. O Auto da Compadecida (1999)

Filme que, na minha opinião, todos deveriam ver uma vez na vida. Uma comédia com bordões marcantes, que se passa na cidade de Taperoá (Paraíba) e é baseado na obra de Ariano Suassuna. Se você nunca assistiu, sinta-se livre para conhecer a história que conta com uma cachorra que deixou um testamento, traição, uma herança polêmica e até uma gaita milagrosa e se você já assistiu, sabe que vale a pena assistir de novo. 


5. A Última Dança (2003)

Um dos meus achados favoritos na estante da minha mãe. "Quando perde o seu diretor artístico, Alex Megrath (Walker), a companhia de dança Dance Motive parece chegar ao fim. Para reavivar e manter o legado criado por Megrath, são convocados três dançarinos que fundaram a companhia: Travis McPhearson (Swayze), Chrissa Lindh (Niemi) e Max Delgado (Delapena). Os três se unem, lutando contra o tempo e relacionamentos mal resolvidos, para dançar a coreografia, a mesma que havia terminado suas carreiras de forma traumática.".(Fonte:Cineclick)


6. As Vantagens de Ser Invisível (2012)

Passei muito tempo pensando no que escrever sobre esse filme, mas a única coisa que posso dizer é: assista e encante-se com Charlie você também.



7. A Escolha Perfeita

Eu era uma pessoa que fazia cara feia para musicais até ser apresentada a esse filme, e foi justamente com o vídeo que está aí embaixo. Um filme que me apresentou o mundo da Acapella, e que consegue envolver desde a história, passando pelos personagens e acabando nas músicas. 



8. Shakespeare Apaixonado (1998)

Mais um achado maravilhoso na estante da minha mãe. "O jovem astro do teatro londrino William Shakespeare (Joseph Fiennes) sofre de bloqueio criativo e não consegue escrever sua peça. Um dia, ele conhece Viola De Lesseps (Gwyneth Paltrow), uma jovem que sonha em atuar, algo proibitivo no final do século XVI. Para burlar o preconceito e ter sua chance, Viola se disfarça de homem e começa a ensaiar o texto de Will, que começou a fluir e passou a dar vazão ao amor entre os dois. O que eles não contavam era com o casamento arranjado pela família entre Viola e Lorde Wessex (Colin Firth).". (Fonte: AdoroCinema). Uma das poucas comédias românticas que eu gosto muito e encerra a lista com chave de ouro.

E aí, qual desses você já assistiu? O que achou? Conte-nos.

17.4.15

Um mar

Teu mar tem tanta força e determinação que eu me pergunto se as minhas, tímidas e contidas, são capazes de superar todos os obstáculos que desejo enfrentar. Começo a pensar, dia após dia, se já não é hora de me transformar. 
Teu mar possui uma sonoridade tão própria que, de olhos fechados, posso dizer com certeza que estou prestes a te reencontrar. Mesmo em meio a outros mares, reconheço o teu sem maiores dificuldades.
Teu mar tem tanta garra que eu até acho um pouco de graça. Relaxa, eu não estou apressada. Eu posso esperar, bem calma, o dia que você finalmente baixará a guarda. Meu coração engrandece apenas por te observar e eu sigo o teu fluxo, sem nem perguntar se posso continuar.
Teu mar me move e me faz querer fazer do teu o meu lugar. Teu mar me faz querer mergulhar, pular de cabeça e me arriscar. Apostar todas as fichas e, se algo der errado, tentar outra vez sem fraquejar. Isso não seria motivo de alarde, menino, se eu pelo menos garantisse que sei nadar.

16.4.15

Flores no inverno

Texto respostado, publicado originalmente
no meu tumblr pessoal e
apagado por motivos pessoais.
Eu nunca fui daquelas que já teve algo certo e sincero.
Apago e recomeço.
Ele aparece com aqueles olhos cheios de encanto e consegue me desconsertar.
Continuamos.
Ele veio disposto a me consertar, a consertar meu coração já tão pisoteado.
Tenho vontade de ficar pelo caminho.
Ele segura minha mão e me diz que não seria capaz de me machucar.
Ele se vai.
O dia apaga e recomeça. 
Ele continuará ao meu lado amanhã.
Sorrio e agradeço.






15.4.15

Apagam a luz

Apagam a luz e eu me perco. Lá se vai a minha energia, minha disposição e a minha alegria. Eu me recolho na minha quietude para olhar nos olhos dos meus monstros. A força que me resta é pouca, e vez ou outra me pergunto se essa será a minha última reclusão. Doce ilusão.
A fraqueza bate e me abate. O copo meio cheio passa a ser meio vazio. O papel e a caneta passam de melhores amigos a meros desconhecidos, e é aqui que eu me agonio. Dói a memória, o peito, as costas e eu nem sei como respiro. A estrada ganha nebulosidade e as vozes ganham eco. As palavras afiadas soam alto aos meus ouvidos e eu me complico. Fecho os olhos e me pergunto se ainda preciso passar muito tempo no escuro.
Fico de pé e pego meu escudo. Lembro e repito para mim mesma que há uma saída para tudo. Se faltar luz, que eu acenda a minha própria. Se sobrar medo, que a curiosidade para encontrar a próxima aventura vire a minha senhora. Se eu cair, que eu volte a levantar - e que nunca, sob hipótese alguma, me faltem forças para recomeçar.

14.4.15

[Dica de Música] Tiago Iorc

Tiago Iorc é aquele cantor que todo mundo deveria ouvir uma vez na vida ou para toda vida. Conheci o trabalho do moço através de um amigo e depois de ver dois vídeos já fui catando CD dele para ouvir, depois de uns vinte dias estava no show dele e no outro ano repetindo a dose do show.





Hoje Tiago tem três CDs lançados: Let Yourself In, Umbilical e Zeski, sendo o último o meu favorito. Suas canções encantam sejam elas em inglês ou não, já que no Zeski aparecem algumas músicas em português, e as músicas que são covers recebem uma graça que é toda dele. Eu tive que parar para pensar em algumas músicas favoritas e percebi que são muitas haha, mas listarei algumas:

Elas tem um valor sentimental muito grande agregado, porque escutava muito Iorc numa fase que música se tornou uma terapia gigante para mim. Então é muito fácil me ver ouvindo Tiago com um sorrisinho na cara, meio tímido e meio agradecido.
Poderia ficar um tempão contando o quanto admiro Tiago e todo seu trabalho, mas é mais fácil você mesmo ouvir e tirar suas conclusões (e nos contar, claro). 



Não esqueça: "Quem se soltar, da vida vai gostar/E a vida vai gostar de volta em dobro" (Um Dia Após o Outro).

Quer conhecer mais sobre Tiago Iorc? Página oficial no Facebook | Canal no Youtube 

13.4.15

[Dica de livro] Contos Rabiscados para Corações Maltrapilhos, de Luiza de Souza

Durante as férias de janeiro deste ano em Natal (RN), coloquei os pés em uma livraria sem grandes pretensões de comprar alguma coisa, mas foi questão de segundos até ver uma pilha de Contos Rabiscados para Corações Maltrapilhos. Lá estavam eles, organizadinhos e lindos, em um nível de sedução literária além do normal (vocês também passam por isso quando entram numa livraria?). Foi assim que eu não consegui sair de lá sem um exemplar todo meu para ler e admirar quando desse na telha.

CRCM traz dez contos de amor ilustrados pela Luiza de Souza e começa com um prefácio escrito por Clara Alverduck. É esse prefácio que faz com que o leitor entre no clima da leitura sem demora, quase como um visitante chegando à casa de alguém conhecido há pouco tempo, mas já se sentindo à vontade. Em um piscar de olhos, você começa a se enxergar nos dilemas dos personagens. Impossível não se lembrar das próprias histórias, das próprias alegrias e das próprias dores. Impossível não sentir o coração apertar nos contos cheios saudade ou torcer por aquele amor platônico que nunca sai do bom dia. 

"O amor nunca é rápido demais, as pessoas que inventaram esse mal-costume de se darem conta ou de negar até ser muito tarde"
(Contos Rabiscados para Corações Maltrapilhos)

As ilustrações compõem um ponto essencial e merecem um parágrafo inteiro de elogios. O trabalho da Luiza como ilustradora, que eu já conhecia por causa da página Ilustra, Lu, é fascinante. Os traços apresentam identidade própria, envolvem o leitor ainda mais e entrega uma obra não só linda de ler, mas também de ver. Largar o livro antes de chegar até a última página é quase uma tarefa impossível.

Se você acha que esse livro foi criado apenas para você, dono de um coração maltrapilho, tenho que dizer que você está levemente enganado. Esse livro foi feito para os corações tranquilos, os felizes, os inquietos... Ele foi feito para os corações que brincam, pulam, que sentem, se desmancham e se reconstroem mesmo depois de um tsunami. Contos Rabiscados para Corações Maltrapilhos foi feito para os corações que pulsam de fato, independente de sua condição atual ou do que já esteve em seu caminho.