26.4.16

Faz tempo que não escrevo

Já faz tempo que não escrevo, confesso. Já faz um tempo que não faço do papel meu terapeuta particular, e não nego: até gosto. E isso lá é pecado? Meu peito está aliviado. Faz tempo que ele não sabe o que é estar atordoado.
Já faz tempo que não pego numa caneta para, numa velocidade talvez admirável, colocar palavras pra fora como se elas fossem atiradas pra longe. Depois de usá-las tanto, talvez seja a hora de economizar as que ficaram.
Já faz tempo que não escrevo. Perdão, mas é por um bom motivo. Dia desses encontrei por aí, como quem não quer nada, minha poesia em pessoa, andando pela calçada. Olhos sinceros de menino e um coração que pulsa forte. Alma de artista cheia de sonhos que remam em direção ao norte. Minha poesia anda, fala, tem vontades próprias. Por isso ando caladinha: ouço o que minha poesia tem pra contar e tento decifrar cada abraço que chego a ganhar. É assim que, leve e despretensiosamente, meu dia-a-dia só faz melhorar.

18.4.16

Vamos?

Não faz muito tempo, me convidaram para voar. E muitos me diziam pra eu me jogar, eu tinha medo. Já imaginou a queda? Eu tenho asas, mas eu não sei mais voar. Eu iria me machucar feio e quem iria me ajudar a me curar? O tempo? Ele nunca me favoreceu tanto assim, ele só me fez esquecer como faço pra voar. Um desfavor a mim mesma, diga-se de passagem. 

Ficava chateada comigo por todo o medo que me povoava só de pensar em voar novamente. 

Hoje me vejo em uma situação onde eu ignoro a insegurança sobre voar. E nem sei se você sabe e quer voar comigo, mas já estou te puxando morro a cima para nós tentarmos juntos. Não me importo com a direção ou se o vento estará ao nosso favor. 
É que me dá vontade de voar com você, entende? 
Somente me dá vontade de voar com você.