6.10.16

Para um tal rapaz

Você é daqueles que aquece o coração alheio com promessas vãs. 
E  V A I. 
Levanta da mesa antes de servirem o prato principal, dança a música até a metade. 

E  V A I. 
Não olha nos olhos, esquece muito rápido quem cinco minutos atrás era inesquecível. 

E  V A I. 
É daqueles que eu deveria saber, não se importa, "é só mais uma". 

E  V A I. 
Daqueles que odeia despedidas, mas não faz o mínimo esforço para ficar. 

E  F O I.


28.9.16

Entre tanto

Entre tanto, ficaram palavras não-ditas e discursos guardados. Entre tanto, ficaram lugares não-visitados, familiares nunca apresentados. Entre tanto, ficaram rabiscos nos cadernos e promessas não-cumpridas. Culpa do tempo, acabou antes de tudo. 
Entre tanto ficaram filmes que não foram assistidos e músicas que não foram ouvidas. Entre tanto, ficaram abraços apertados que não foram sentidos. Ficaram os conselhos para pegar leve e respirar fundo que nunca foram dados. Ficaram as fotos nunca tiradas, o afago nunca recebido, o fim atirado sem cuidado, numa só tacada. Entre tanto, ficaram verdades escondidas e mentiras espalhadas por todos os lados, deixando de brinde um monte de machucados.
https://farm4.staticflickr.com/3030/5841979717_b25ea9c870_z.jpgEntre tanto, ficou o entretanto, o mas, o contudo. Ficou o tanto faz, o deixa pra depois, o agora não dá. Porque não deveria ser tão difícil assim, rapaz... Mas se é, talvez nunca deveria ter sido. 

9.8.16

Ana

Ei, tem uma moça ali que é impossível de não notar. Ah, ela é puro samba, tipo carnaval fora de época. 
É meio louca, mas quem se joga na loucura dela não se arrepende. Ela só quer um amor atemporal capaz de deixar suas pernas bambas e seus pés fora do chão. Ela é da cerveja e é de se jogar nas festas, mas vai à missa no domingo. 
Os cabelos lhe emolduram o rosto que carrega um sorriso, e que sorriso! A risada dela é daquelas que nos convida a rir junto.
Ela canta alto, ri alto e é cheia dos exageros, ainda assim é pequena o suficiente para caber dentro de um abraço sem muita dificuldade. Sua felicidade ela curte ali mesmo, sem precisar gritar ao mundo. 
Ela te ganha fácil, ela é Ana e já te falei, ela é puro samba.

3.8.16

Júlia

Haviam tempestades nos olhos de Júlia e um inverno rigoroso em seu peito. Nunca me explicou o motivo e nem nunca lhe perguntei, talvez fosse somente proteção.
Fumava como quem precisava do cigarro para colocar para fora de si tudo de mal que lhe machucava. Sim, ela sabia que carregava a morte entre os dedos. 
Nunca buscou salvação, se via como um caso perdido e sem solução. Carregava a perdição por aí em passos lentos. 
Ela gosta das estrelas e de observar as nuvens, algumas vezes observamos juntos o quanto somos miúdos diante do universo.
Seus olhos refletiam a imensidão do céu e a sua própria, que sempre procurava esconder muito bem. Os beijos eram intensos tanto quanto ela. 
Ela é daquelas que por onde passa leva um pouco dos outros e deixa um pouco de si. O que Júlia levou? Ela levou de mim meu verão quando nem queria abrir mão do seu inverno.

26.7.16

Dália

Chovia lá fora e na minha porta alguém batia, quem dera fosse a esperança ou a felicidade. Quando eu abri era Dália, ao menos parecia ser ela. 
Dália caiu nos meus braços em prantos, contando que um qualquer tinha pisoteado seu coração. Eu sei que Dália é mulher forte e não é qualquer tropeço que lhe abalaria. Dália me disse que não estava acostumada com os tropeços do coração. Eu lhe ofereci um abraço e uma xícara de café, não há nada melhor para acalentar a alma. 
Ela precisava chorar para então retornar para si. Não demorou, ela é mulher forte lembra? Já foi fazendo piada da situação e com um sorriso besta no rosto, me agradeceu pelo café. 
Dália se despediu me pedindo para não sumir e me prometendo que se curaria. Dália ia. E eu ficava aqui doidinho para dizer a ela que o coração, que aparentemente é meu, sempre lhe pertenceu.

14.7.16

Lançamento: "Tudo Azul, Tudo Bem", de Paola LouSilva!

Faz um tempo que não passo por aqui e, por isso, já começo pedindo desculpas. Já estou careca de saber que não é nada saudável viver sumindo daqui. Mas o motivo é nobre, prometo!

Lá em meados de 2009 ou 2010, comecei a rabiscar linhas de uma história que acabava com o meu tédio durante algumas aulas chatas no curso de Psicologia. Essas linhas viraram parágrafos, essa menina ganhou família e amigos, e eu, ganhei um sonho que provavelmente sempre tive, só não havia aberto os olhos o suficiente pra enxergá-lo, mas era aquilo de fato: o desejo de ser escritora e de contar histórias estava dentro de mim. É por esse motivo que estou aqui hoje: vim mostrar o sonho (chamado carinhosamente de filhote) tomando forma. 
Foi assim que Nique nasceu, junto com a vontade cada vez maior de ser escritora e contadora de histórias. 
Hoje o sonho está quase concreto. Já posso sentir sua forma e seu cheiro (que atire a primeira pedra quem nunca cheirou um livro aqui), mas ainda falta um pedaço grande nessa jornada: apresentá-lo a vocês!
 


"Tudo Azul, Tudo Bem” apresenta Nique, uma adolescente que cresceu acostumada a se virar sozinha por causa da ausência do pai e das saídas constantes da mãe. Com a ajuda dos amigos, ela tenta se adaptar ao novo colégio, quando sua mãe conta uma novidade que pode mudar a relação das duas. 

Agora que você sabe um pouco sobre o filhote, que tal ir lá no lançamento?

Quando: 16/07 (sábado), às 17h
Onde: Dis Donc - Curso de Francês, na Rua Irmã Lúcia, 146 - Casa Forte.

Se você não mora em Recife, dá pra comprar o livro nesse link aqui. Mas se você é da terrinha, dá uma passada lá! Vamos ter marcadores, livros e abraços!
 
Qualquer dúvida, é só mandar um e-mail, inbox, direct... Vamos todos, vai ser lindo encontrar todo mundo lá!

5.7.16

Sem querer

Não olhe para trás, pois apenas começamos. Eu seguro firme em tua mão e por mais que a estrada seja longa, não há nada a temer, somos apenas eu e você fazendo piadas sem graça e contando contos improvisados.

Que feitiço é esse que tu carrega contigo? Meu coração há tanto tempo cativo, sente o alívio da compreensão sem prisão. É incrível notar quantas vezes me peguei a imaginar manhãs contigo e fantasiando que seja teu sorriso o primeiro sol que eu veja quando acordar. Inteiros e intensos.

Dentre tantos corações tão amargos, temos dois tão mais amados. Hoje o que eu quero mesmo é ser livre ao teu lado.



Alinhe-se comigo e vamos escrevendo isso daqui, enquanto seguimos no nosso próprio ritmo, destemidos dos riscos de sermos nós. Sempre irei agradecer por esse presente do acaso, esse ‘sem querer’ do destino tão bonito de se viver.


4.5.16

Desde 1900 e bolinha

Desde cedo aprendi que nunca, sob hipótese alguma, moça de família fica até tarde na rua desacompanhada. "Seu lugar é em casa, protegida e muito bem guardada".
Quando menina, fui ensinada a sentar direitinho, com as pernas cruzadas. "É para não provocar esses homens que não podem ver uma saia".
Desde pequena, ouvia por aí que era feio querer usar batom vermelho. "Isso é coisa de mulher fácil e que não se dá ao respeito".
Quando criança me disseram que era mesmo pra julgar uma menina usando roupa curta e considerá-la vulgar. "Depois ainda vem reclamar se alguém a estuprar".
Desde pequena aprendi a me podar. Cresci me odiando porque era feio se gostar e, pra piorar, odiava as meninas que já tinham aprendido a se amar. Passei a ignorar minhas vontades só pra manter uma imagem idiota pra sociedade. Depois de tanto me privar, ficou somente o medo, a consciência de que eu mesma me desrespeito e a sensação fria e vazia de que não me conheço.

26.4.16

Faz tempo que não escrevo

Já faz tempo que não escrevo, confesso. Já faz um tempo que não faço do papel meu terapeuta particular, e não nego: até gosto. E isso lá é pecado? Meu peito está aliviado. Faz tempo que ele não sabe o que é estar atordoado.
Já faz tempo que não pego numa caneta para, numa velocidade talvez admirável, colocar palavras pra fora como se elas fossem atiradas pra longe. Depois de usá-las tanto, talvez seja a hora de economizar as que ficaram.
Já faz tempo que não escrevo. Perdão, mas é por um bom motivo. Dia desses encontrei por aí, como quem não quer nada, minha poesia em pessoa, andando pela calçada. Olhos sinceros de menino e um coração que pulsa forte. Alma de artista cheia de sonhos que remam em direção ao norte. Minha poesia anda, fala, tem vontades próprias. Por isso ando caladinha: ouço o que minha poesia tem pra contar e tento decifrar cada abraço que chego a ganhar. É assim que, leve e despretensiosamente, meu dia-a-dia só faz melhorar.

18.4.16

Vamos?

Não faz muito tempo, me convidaram para voar. E muitos me diziam pra eu me jogar, eu tinha medo. Já imaginou a queda? Eu tenho asas, mas eu não sei mais voar. Eu iria me machucar feio e quem iria me ajudar a me curar? O tempo? Ele nunca me favoreceu tanto assim, ele só me fez esquecer como faço pra voar. Um desfavor a mim mesma, diga-se de passagem. 

Ficava chateada comigo por todo o medo que me povoava só de pensar em voar novamente. 

Hoje me vejo em uma situação onde eu ignoro a insegurança sobre voar. E nem sei se você sabe e quer voar comigo, mas já estou te puxando morro a cima para nós tentarmos juntos. Não me importo com a direção ou se o vento estará ao nosso favor. 
É que me dá vontade de voar com você, entende? 
Somente me dá vontade de voar com você. 

29.3.16

Cheio de Nada [por Falcão Neto]

Daqui da janela eu conto outras setenta e duas janelas. Outras oito têm a luz interior acesa e apenas outras duas têm insones como eu a olhar a paisagem noturna. Nós não nos comunicamos, não se sabe nem se nossos olhares são correspondidos. Na verdade, isso pouco importa. Só queremos comemorar em silêncio a não-chegada do sono e olhar as nuvens vermelhas que refletem a luz laranja dos postes em terra.
A madrugada nos abraça e eu me pergunto qual de nós três, fora eu mesmo, tem insônia por motivos como amor (na verdade falta dele), futuro (na verdade falta dele), carreira profissional (na verdade falta dela) ou ansiedade (na verdade, ela em exacerba). Me pergunto qual deles também tem fones de ouvido reproduzindo músicas-chave para os sentimentos. Qual deles também vai escrever um texto sobre a madrugada que o presenteou com uma companhia silenciosa apenas pra esperar o desespero passar.
O dia amanhã não vai nos esperar pra começar, mas, certamente, ele pode ir um pouco na frente antes de chegarmos. Só hoje, a madrugada é nossa. Em qualquer sentido que você imaginar, é nossa. Romântico, amigável, até sexual conta. O que importa é que agora nós três temos a noite só pra nós, e esses oitocentos metros que nos separam não vão nos impedir de nos abraçar pelo olhar. Quando cada um de nós sair da janela, voltará à realidade. Mas essa suspensão pode durar mais um pouco, pelo menos enquanto meu copo d'água gelada, que eu trouxe ao parapeito junto comigo, resistir. Nos permitamos esse momento antes de voltar à vida real e nunca mais falarmos sobre isso. Podemos até nos conhecer, mas já não somos nós mesmos. Agora somos apenas silhuetas. Iguais, sem contas pra pagar, sem desamores e desmoronamentos, sem despertadores; só desenhos de luz (na verdade a falta dela) que se projeta ao próximo.
E então poderemos apagar nossas luzes e continuar a não dormir na cama.




Olá, meu nome é Falcão Neto, e tenho 19 anos. Minha adolescência me presenteou com a fome de alma, e desde então venho respirando arte. Sou fotógrafo, estudo teatro e Produção Publicitária, entre outras coisas, então, já se pode ver que as miçangas já estão presas em meu coração, hahah!

Você pode encontrar meu trabalho visual em facebook.com/falcao.audiovisual

15.3.16

Nota número um sobre você

A água que escorre dos teus olhos faz brotar flores, que formam um belo jardim. Flores que enfeitam tua volta e tu bobo, nem nota. 
Eu borboletava por aí e então me encantei. Pousei. 
Vive me perguntando: "Menina, que diacho tu viu em mim?". Foi o jardim, as cores e flores de lá. 
Mas hoje sabendo que tu murchas para o jardim crescer, prefiro perder a beleza das flores e ver o menino florescer. 

22.2.16

Sou Mar

Nasci brisa, moço. 
Fui calma e sossegada
Já dancei com os cabelos daquela menina e já sussurrei palavras de amor no pé de ouvido dos apaixonados. 
Eu já almejei ser nuvem. Eu poderia guardar comigo os sonhos do mundo todo. 
Mas nunca fui de ser passageira. Deixei pra lá.
Já tentei ser uma estática pedra, mas ser pedra nada tem a ver comigo.  
Tentaram me forçar a ser fogo, flor, folha e ventania. Desculpe não me moldo a vontade de ninguém


Eu pensei em desistir. Após caminhar, tentar, tentar e nunca realmente ser. Você me entende? Eu queria ser.
Algo em mim sempre me dizia que não tardava e eu me descobriria. 

Não tardou mesmo, mergulhei em mim e então enxerguei quem sou. Descobri que sou mar
Sendo ora calmaria, ora agitação.
Descobri que sou aquela sempre disposta a acolher. Mas não se engane, pois também tenho forças para afogar

11.2.16

Má-Temática [por Falcão Neto]


Uma e meia da madrugada. Vinte e três graus no termômetro na parede. Café esfriando a uns cinquenta graus na caneca. Ventilador soprando a vinte quilômetros por hora. Luz da lua entrando pela janela e formando sombra num ângulo de sessenta graus. Celular com cem por cento de bateria... e zero de ânimo. É foda não ter com quem conversar, e eu não falo de amigos. Penso, enquanto estou paralelo ao solo, em como isso faz falta em mim, ou se não faz e isso tudo são anos de drama acumulado. [...] É falta de companhia mesmo, sabe? Não só uma notificação no telefone ou uma batida de porta, uma conversa legal ou um cheiro bom, uma pegação enérgica ou só calar e assistir o filme. É a junção de tudo. É saber que não precisa dizer nada tanto-quanto-quando tagarelar. É aquela sensação de que tudo no mundo pode desaparecer enquanto eu tô lendo meu livro e tu tá ouvindo música, ou eu jogando videogame enquanto tu faz as unhas (e ri da minha cara toda vez que eu perco). Não vou ser hipócrita e dizer que não curto a sensualidade do flerte. Há o charme da tensão na troca de olhares, da incerteza e taquicardia, do primeiro beijo e primeira transa. Mas essa adrenalina cansa. É se sentir como o paraquedista que não vê mais graça na queda livre. Cansei de tantas primeiras idas ao cinema e primeiras vezes que se apresenta os amigos. Cansei de primeiros beijos. Retomo a fala "matemática" do início do texto estando perpendicular ao solo, lavando a caneca de café e ponderando como essas incongruências amorosas dividem pela raiz quadrada a vontade de "romantizar" e aumentam ao cubo a vontade de "foder". Cientistas dizem que 'amor' nada mais é do que a liberação de substâncias químicas provocadoras de prazer quando se pensa em alguém. Então pode-se dizer que "apaixonado" é um adjetivo equivalente a "maconheiro"? [...] Muito café dá nisso. Mas enfim. Toda vez parece ser a última, e a interpretação disso vale pro sucesso ou o fracasso. Mas, quanto ao fracasso, um dia desses realmente vai ser a última, e eu finalmente vou deixar o Lulu Santos ser O Último Romântico.



Olá, meu nome é Falcão Neto, e tenho 19 anos. Minha adolescência me presenteou com a fome de alma, e desde então venho respirando arte. Sou fotógrafo, estudo teatro e Produção Publicitária, entre outras coisas, então, já se pode ver que as miçangas já estão presas em meu coração, hahah! Você pode encontrar meu trabalho visual em facebook.com/falcao.audiovisual



7.1.16

[Dica de filme] Questão de Tempo

Esse é o tipo de filme que você não deveria demorar a assistir como eu fiz. Protelei o máximo que pude até não encontrar mais desculpas e me jogar no sofá pra embarcar em "mais um universo de romance água com açúcar". Ah, as delícias de se enganar e ser surpreendida.

Questão de tempo (2013) conta a história de Tim, um ruivo tímido de 21 anos que pode voltar ao passado graças a uma condição genética que atinge os homens de sua família. Tudo o que ele precisa fazer é entrar em um ambiente escuro (um armário, por exemplo) e pensar no momento para o qual deseja voltar. Assim ele pode refazer algumas de suas atitudes, tomando cuidado com as consequências das mudanças que faz.
Antes de assistir, inventei de achar que esse filme seria bem carregado de drama. Sempre que penso em filmes sobre viajantes no tempo, lembro do filme "Te amarei para sempre" (tradução sofrida de The Time Traveler's Wife, de 2009). Além da temática ser basicamente a mesma, Rachel McAdams também faz parte do elenco principal, o que ajudou a reforçar minhas comparações e conclusões precipitadas. Enquanto "Te amarei para sempre" é mais dramático (com suas razões, óbvio. Ele também é um dos meus filmes favoritos, assim como o livro no qual foi baseado), Questão de Tempo tem um quê de mais leve. 



A trilha sonora é um dos meus pontos favoritos. Há uma versão linda de How long will I love you, por Jon Boden, Sam Sweeney e Ben Coleman; Friday I'm in Love, do The Cure; All the Things She Said, da t.A.T.u (pra relembrar minha adolescência); e a minha queridinha Mr. Brightside, do The Killers. 
Os personagens são divertidos e únicos, os diálogos são inteligentes e o filme acaba nos deixando uma reflexão sobre nossas atitudes, do porquê algo como uma viagem no tempo pode significar tanto se nós temos o presente ao nosso dispor, pra fazer o nosso melhor. E por que não viver do melhor jeito todos os dias? O que nos impede, afinal?


6.1.16

Eu queria alguém... [por Carlos Araripe]

Eu queria alguém que me amasse sim. Quem não queria ter alguém que te fizesse esquecer todas as decepções vividas? Quem não queria alguém... Que te fizesse voltar a acreditar na simplicidade do amor? Que compartilhasse sonhos, que dividisse alegrias? Que ficasse ao seu lado num banco de praça sem vontade de ir pra casa, perdendo a noção das horas? Que te pagasse um lanche quando você estivesse sem dinheiro? Que te abraçasse forte e te protegesse num momento de dor? Que valorizasse uma lágrima derramada tua? Que te incentivasse, fosse sua fã? Que guardasse dez reais que fosse todo mês planejando casar? Que acordasse cedo no domingo de manhã pra cozinhar nosso prato predileto? Que em pouco tempo descobrisse que foram feitos um para o outro? Que compreendesse que egoísmo é não reconhecer tudo que um dia já fizeram por ela? Eu queria. Talvez eu seja imaturo mesmo, pois cheguei a acreditar que era pra sempre, o que estava predestinado a não durar nem dois dias dos namorados.