25.6.15

A história no caderno velho

Deixei-me invadir por sua melodia e somente dancei, enquanto você dedilhava aquele velho violão. Disse adeus às amarras. Esqueci um pouco do mundo lá fora, éramos somente nós e nada a temer. Meu peito tornou-se seu abrigo. Você é sem dúvidas o meu "nunca senti isto por ninguém". 
Você chegou sendo primavera no meio do meu inverno, insistindo para eu me florir. "Até que não seria tão mal".  Hoje somos uma bagunça completa e repleta de carinho. Tem cafuné, tem teimosia, tem parceria, tem saudade, tem briga e tem um poco de nós em cada canto da casa.
Não me importo com o caos que às vezes insiste em me rodear se você vier, porque sua chegada me transborda de bons sentimentos e vai espantando qualquer maldade que queira fazer morada por perto. 



Não faço ideia se nosso amor estava escrito nas estrelas ou nas linhas em nossas mãos, mas escrevo ele hoje neste caderno velho para que um dia seja uma história bonita a ser contada.


18.6.15

Tempos e trilhos

Gradualmente e sem perceber, você se vê adiando aquelas atividades que tanto gosta de fazer. O tempo que era só seu se reduz a quase nada. Você não é mais dono da própria agenda e não manda mais nos próprios compromissos. Enxerga a si mesmo fazendo parte da massa, e se pergunta se era isso mesmo que imaginava pra você. Era?
Gastamos tempo pensando no passado e arquitetando o futuro. Gastamos tempo pensando no que faríamos se tivéssemos mais tempo: ler um livro, praticar um esporte divertido, reservar um dia para rever os amigos... E triste fico quando vejo robôs ganhando o presente e utilizando pra viver o básico simplesmente. Não enxergam motivo pra sonhar ou pra mudar. A estradinha de tijolos amarelos já está ali, pra quê seguir um caminho diferente?
Tenho a leve sensação de que o Universo fica feliz quando a gente gasta uns minutinhos com aquilo que nos faz sorrir. Vale muito mais do que alguns reais no bolso. Vale pelo brilho no olho. O Universo se alegra quando nos tornamos responsáveis por nosso próprio presente sem seguir a manada. Pra isso, tem que ter peito e garra pra trilhar a própria estrada.

10.6.15

Promessas

De agora em diante, prometo não parar mais. Prometo não fazer corpo mole e não me entregar às dúvidas que destroem minha paz. Prometo ser forte pra aguentar as rajadas de vento e as nuvens cinzentas que se formam de tempos em tempos. Prometo nunca ignorar a tempestade, mas lembrar sempre que o sol trará o amanhecer novamente.
Prometo juntar todas as minhas forças pra não deixar a peteca cair. Prometo nunca controlar o sorriso largo de quem faz o que faz simplesmente por amar e passa a enxergar o mundo através de um novo olhar. Prometo não me render ao crime de ofuscar meu valor e nunca - nunca mesmo - parar de tentar.
Prometo continuar na luta pra melhorar. Prometo não desistir, mesmo que os passos sejam curtos e a velocidade seja lenta e não anime muito. É melhor que seja devagar do que estagnar em um mesmo lugar. Prometo não fraquejar e não deixar de apreciar a beleza que existe em toda a trajetória, toda a estrada, todo suor e toda lágrima. Prometo ser fiel a cada vertente dessa aliança e seguir em frente. Manter intacta a confiança de que nada pode ser mais verdadeiro e resistente do que o propósito que vive no coração da gente.

3.6.15

O que você tem feito nos últimos tempos?

Nos últimos tempos, tenho trabalhado um bocado. Saio de casa bem cedo e volto quando já é noite, desejando somente um banho e uma cama confortável que recolha meu cansaço. 
Tenho estado sem rumo. Às vezes isso assusta, às vezes me dá um poder absurdo. Fico imaginando quem mais deveria saber sobre o caminho que estou trilhando, e então me pergunto se existe algo mais aventureiro do que não ter um roteiro pra seguir. Ir adiante se torna a melhor opção restante.
Tenho feito planos que não tenho tempo de realizar - aí é batata, já sei que vou me frustrar. Por isso tenho pensado se vale a pena vender meu tempo, coisa mais valiosa que tenho, e deixado meus sonhos de lado, como se esses fossem fardos pesados. 
Tenho esbarrado no passado e revendo fantasmas de tudo que já foi enterrado. Tenho me apaixonado e desapaixonado sem grandes estragos. Por pessoas, por momentos, por cores e movimentos. Tenho aprendido aos poucos a me apaixonar por mim. Neste caso, torço pra que vire amor. Amor daqueles fortes, daqueles sábios, brandos e sem fim.