Naquele mesmo carrinho, contamos os segundos mentalmente, só pra esconder o nervosismo. Olhamos um pro outro e sabemos, sem trocar uma palavra, que não será como a primeira vez. "Relaxa. Vai ser único, como sempre é", você garante.
Começamos a nos mover devagarzinho. De repente, a velocidade aumenta. Subimos, descemos, fazemos uma curva, subimos bem mais alto do que da última vez. Te espio e vejo você sorrindo, braços jogados pro alto pra sentir o vento.
Fecho os olhos e me sinto tremer, morrendo de medo da próxima manobra. Rezo pra que você não note.
Essa mudança imediata, a adrenalina instantânea, as emoções à flor da pele... Tudo tão nosso que explica facilmente o motivo de montanhas-russas serem a nossa cara.
Sinto tua mão sobre a minha. Ouço tua voz dizendo "Abre os olhos. Confia em mim, você vai gostar de ver isso".
Respiro fundo e confio. Abro os olhos e me surpreendo. Gosto mesmo do que vejo.
Não sei por quanto tempo, mas logo percebo: caramba, passou o medo.
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