30.4.14

Te leio

Te leio em cada começar e terminar dos dias. Te leio em cada céu estrelado e sem nuvens, que tenta mostrar cenas do nosso próximo capítulo da forma mais clara possível. Te leio nas músicas que parecem cantar a nossa história. Te leio nas letras garrafais que formam teu nome na capa de um livro que se acomodou na minha prateleira. Te leio nas longas mensagens que chegavam tarde da noite, quando eu lutava contra o sono para ler cada uma delas. Te leio quando fecho os olhos e automaticamente vejo os teus.


Mas não te leio nos teus discursos confusos nem nas tuas atitudes controversas. Não te leio nesse teu bloqueio emocional estúpido que não me permite saber se você já se encontrou ou se está tão perdido nesse labirinto como eu. Não te leio nesse silêncio irritante nem nas mensagens que deixaram de chegar. Não te leio na tua ausência frustrante e injusta, que fere sem dó nem piedade.
Quando eu já estiver esgotada, você vai chegar perto e explicar. Vai dizer de cara que não sabe como eu não entendi, porque os sinais sempre estiveram lá. Vai rir e me chamar de louca; eu, tola, vou acreditar. Diga, então, senhor da verdade: como você agiria no meu lugar?

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