18.6.14

Esse meu sumiço

Já faz um tempo que não te conto como anda a minha vida. Posso até te imaginar: sobrancelhas contraídas, braços cruzados e um bico ganhando destaque no rosto só pra me deixar com a consciência pesada. Sim, eu admito a culpa, você me desculpa? Meu sumiço é justificável, eu juro. Eu me ocupei por um tempo... Me ocupei vivendo.
Deitei na grama verdinha do parque sem a menor frescura. Abaixei o vidro do carro pra sentir o vento bater no meu rosto e bagunçar meu cabelo. Abracei e fui abraçada sem motivo aparente. Gargalhei em alto e bom som.
Corri. Fui com cara, coragem, coração e tudo. Prendi a respiração e fui, fingindo pra mim mesma que não sentia medo. Fechei os olhos para ele, e sabe o que eu vi? Cores. Possibilidades. Vi histórias serem tecidas de forma despretensiosa e mágica. Com o passar do tempo, elas ganharam mais força... Começaram a me arrancar suspiros sem que eu percebesse.


Mas não aconteceram só coisas boas. Eu me decepcionei. Decepcionei algumas pessoas também, tenho certeza. Passei noites em claro, chorei em algumas madrugadas e trabalhei no dia posterior com olhos inchados e cara de cansada. Me iludi, me frustrei, caí e me levantei. Aprendi e não me arrependi.
Porque é pra isso que os momentos servem: para ensinar. Para crescer. Para que no fim de cada capítulo vivido haja uma lição aprendida. E mesmo que não haja página escrita, há a experiência adquirida. A lembrança guardada com carinho. A sensação de que a história das nossas vidas é um livro digno de leitura.

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