17.3.14

Lá vem você de novo

Lá vem você de novo. Lá vem você de novo com esse olhar que eu não consigo decifrar, com essa voz que derrete, com esse abraço que envolve. Lá vem você de novo com toques aparentemente não-planejados, elogios desajeitados, ouvidos prontos para um desabafo. Lá vem você de novo, como quem não quer nada, com aquele sorriso que me desconcerta, aquelas brincadeiras que me confundem, que ninguém sabe dizer ao certo se são gracinhas sem importância ou verdades ditas entre risos por meio da reação alheia.

E sabe o que eu queria? Que não fosse impressão nem imaginação minha. Que todos os toques fossem planejados, que todos os abraços fossem sentidos de fato. Que todos os sorrisos fossem por minha causa. Que todas as brincadeiras tivessem mais objetivo que o simples corar das minhas bochechas.

Aí, sim, minhas dúvidas acabariam, meus sorrisos apareceriam sem se preocupar com tantas regras e eu não tremeria na base sempre que me desse conta de que lá vem você de novo.

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