Estou sem máscara, deu pra perceber? Me livrei dela no
instante em que você me sorriu olhando nos olhos. Senti que você via tudo sem
dificuldade alguma e percebi que de nada mais adiantaria continuar usando
aquilo.
Tirei o disfarce, deu pra notar? Joguei-o por aí, em um canto
qualquer, depois que você me contou aquele segredo às três e quinze da manhã.
Você me pareceu tão verdadeiro que tive vontade de ser também. Não faria mais
sentido nenhum continuar fingindo.
Aposentei minha armadura, deu pra reparar? Você não
imagina o alívio que é andar sem aquele peso todo... Larguei-a por aí porque
imaginei que você pode fazer bom uso de uma chance. Aprende e leva pra tua
vida, moço: armaduras não são bem-vindas quando se tenta uma chance em alguma
coisa.
Então pensa bem. Pensa bem se vai continuar com todos os
adjetivos doces remetidos a mim, todos os olhares carregados de significado,
todo aquele carinho que você nem se preocupa em esconder. Se for só
brincadeira, passatempo ou vontade que dá e passa, para. Você já sabe, estou sem
armadura. Não vai dar certo e vai doer.
Mas se não for... Ah, moço, se não for brincadeira, me dá
logo essa notícia pessoalmente e gruda em mim. Gruda e nunca mais me larga.
Gostei do jogo de palavras usadas para refletir o amadurecimento de alguém disposto a se envolver seriamente com outra pessoa. Somos compelidos a nos esconder (máscara e disfarce) e proteger (armadura) na nossa convivência diária com os outros, que às vezes é tão difícil. Sendo que na convivência afetiva a proteção usada é ainda maior. Muito sucesso!
ResponderExcluirQue bom que gostou e se identificou (: Obrigada por ler!
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