No fim das contas, lá está ela, de pé, segurando uma vassoura para limpar o espaço e sumir com os cacos espalhados graças às artes de suas memórias. Confessa até que, se fosse possível, varreria sensações, imagens, sons e diálogos armazenados só para se ver livre do passado. Como seria fácil se esse tipo de limpeza se assemelhasse a de um quarto inabitado.
Pena mais um dia se passar e pouco mudar... Mas a esperança não é perdida de vista. Ela permanece firme na ideia de que qualquer dia desses, tudo isso ainda vai virar pó. Um dia ela põe um sorriso na cara, vira a esquina e, numa tacada de sorte, acaba virando a página. Só vai com calma e toma cuidado a cada passo, porque ela sabe que virar outra pessoa não faz parte do combinado.
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