15.4.15

Apagam a luz

Apagam a luz e eu me perco. Lá se vai a minha energia, minha disposição e a minha alegria. Eu me recolho na minha quietude para olhar nos olhos dos meus monstros. A força que me resta é pouca, e vez ou outra me pergunto se essa será a minha última reclusão. Doce ilusão.
A fraqueza bate e me abate. O copo meio cheio passa a ser meio vazio. O papel e a caneta passam de melhores amigos a meros desconhecidos, e é aqui que eu me agonio. Dói a memória, o peito, as costas e eu nem sei como respiro. A estrada ganha nebulosidade e as vozes ganham eco. As palavras afiadas soam alto aos meus ouvidos e eu me complico. Fecho os olhos e me pergunto se ainda preciso passar muito tempo no escuro.
Fico de pé e pego meu escudo. Lembro e repito para mim mesma que há uma saída para tudo. Se faltar luz, que eu acenda a minha própria. Se sobrar medo, que a curiosidade para encontrar a próxima aventura vire a minha senhora. Se eu cair, que eu volte a levantar - e que nunca, sob hipótese alguma, me faltem forças para recomeçar.

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